quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Dia de Reis - 6 de Janeiro


Dia de Reis - Sobre a descida do Cristo para a Terra
"No templo do ano semelhante a duas colunas majestosas erguem-se as duas festas - O Natal e o Ano Novo, e entre elas se estendem as 12 Noites Santas, como uma escada cósmica unindo a humanidade com a esfera mais elevada da espiritualidade."
Na passagem dos tempos, deu-se a descida do Cristo ao Sol  para a Terra.
Cristo uniu-se profundamente à Terra, permanecendo após a ressurreição , como ser espiritual, unido à esfera etérica da Terra. Nessa esfera, para o final do milênio, cada vez mais pessoas poderão vivenciá-lo.
A Terra preencheu-se de luz divina, porém os anjos perderam a luz nas esferas celestiais, e a partir do mistério de Gólgota dependem dos homens, que abarcam o Cristo no seu ser espiritual e começam a brilhar para os cosmos.
As hierarquias celestes, olhando para a Terra, enxergarão os que terão acolhido a luz em si, como estrelas brilhantes.
As palavras “Não Eu, mas Cristo em mim” se tornarão cada vez mais realidade.
Essa luminosidade será cada vez mais a luz que irradia para o cosmos.
Acolhemo-la pois cada vez mais dentro de nós!
“No templo do ano semelhante a duas colunas majestosas erguem-se as duas festas – O Natal e o Ano Novo, e entre elas se estendem as 12 Noites Santas, como uma escada cósmica unindo a humanidade com a esfera mais elevada da espiritualidade.”

Sergej Prokofieff
fonte : Biblioteca Virtual Waldorf

sábado, 4 de janeiro de 2014

Hiperatividade : A Origem está na Sociedade


Sociedade hiperativa: crianças hiperativas

As crianças sensíveis estão entre nós por toda a parte, são nossos filhos, sobrinhos, filhos de amigos ou nossos alunos. São muito ativas, olhar penetrante, alegres e profundas. Falam coisas que, muitas vezes, parecem não ter qualquer conexão com nossa vida cotidiana. São como lembranças de uma rica vida interior, fluindo para o dia a dia. E elas vieram com uma missão: ajudar a transformar e reorganizar nossa confusa sociedade. Elas estão para nos lembrar que os grandes mestres da Humanidade que aqui já estiveram, nos deixaram os mais variados mapas do caminho a percorrer para encontrar a harmonia dentro de si.

Essas crianças estão chegando como um alerta: “Parem um pouco, questionem seus hábitos, acalmem-se, respirem… Vamos nos ajudar a praticar os valores eternos que temos dentro de nós”.

Em uma sociedade hiperativa como a nossa, essas crianças são tidas como desajustadas. Claro, estamos fornecendo o alimento errado para suas doces almas.

O alimento que precisam, para não adoecerem, não é o vídeo-game, a televisão, o computador ou a comida fast-food. Elas precisam do tempo de seus pais para passear de mãos dadas no parque, observar o pequeno mundo mágico dos insetos, que sobrevive em meio ao concreto e ter tempo livre para olhar as nuvens no céu.

Na verdade, elas vieram para nos redimir. Para nos fazer lembrar que somos seres perfeitos por herança divina. Na verdade, não são elas as hiperativas: somos nós.


Suas almas apenas anseiam por retomar o contato com os ensinamentos mais profundos que já tiveram contato e se sentem incomodadas quando não são colocadas em um ambiente adequado, com um conhecimento superficial da existência humana, que nada lhes acrescenta. Sem contato com a Natureza, sem carinho e atenção que necessitam no dia a dia, com excesso de estímulo eletrônico, sem poderem se expressar artisticamente através da música ou da arte, enfim, sem poder exercer sua espiritualidade no cotidiano, sentem-se tolhidas em sua grandeza. Como queremos que elas se comportem bem?

Não compreendemos que para acalmá-las, devemos oferecer a elas a simplicidade de uma vida equilibrada. Permitir que elas possam brincar com objetos simples, estar em sintonia com os elementos da Natureza e com a sua própria natureza. Elas precisam viver de acordo com seu ritmo infantil e não ao ritmo acelerado e estressante do universo adulto atual. E precisam ser preservadas de conteúdos que a despertem para o consumo, violência e para uma sexualidade precoce.

Nós todos somos, como sociedade, responsáveis por elas. Necessitamos alimentá-las do exemplo de vida dos grandes santos, nossos verdadeiros heróis, que nos ensinam sobre como viver nesse mundo, mantendo uma vida permeada de virtudes e valores. As crianças sensíveis anseiam por uma reconexão com a vida maior, que flui dentro de todos nós. Elas querem ir muito além de uma vida materialista e vazia, querem se sentir seguras, confiantes e felizes.

Querem ser tratadas na sua individualidade única e na sua universalidade intrínseca, e não como seres nascidos produzidos em massa. Elas estão sedentas do conhecimento maior que vem do contato com o mundo espiritual. E o que nós adultos fazemos com ela?

Queremos que fiquem quietas, usando a droga dos eletrônicos e rotulamos levianamente essas crianças de hiperativas. Quando não fazemos pior, dando remédios à base de ritalina para acalmá-las.

Drogamos essas crianças, como fazemos com a nossa criança interior, quando ela pede calma, atenção e aconchego. Não compreendemos a grandeza da missão que elas e todos nós temos. Não percebemos que essas crianças vieram para nos ensinar que todos precisamos de tempo, paz, amor e proteção.

No fundo, tudo que essas crianças estão desesperadamente nos pedindo é amor. Só o amor pode ser a chave para a compreensão do seu universo e ela compreenderá tudo que nós adultos dissermos a ela. Mas sem essa chave, nada e ninguém poderá penetrar em seu mundo. Elas podem se tornar autistas, agitadas ou portadoras de doenças graves.

Mas como oferecer isso a elas, se nós adultos não sabemos o que é a paz e como estabelecer o contato com ela? E é aí, neste ponto, que nossa sociedade deve parar e refletir.

Para dar o amor altruísta, calmo e seguro que elas precisam, necessitamos estar em paz conosco mesmos, com a comunidade ao nosso redor, pois o amor é como uma onda gigantesca, adormecida dentro de nós, que nos envolve totalmente quando permitimos que ele se manifeste, nos dando um tempo para simplesmente observar e analisar nossa existência. Quando permitimos despir a capa do ego e olhar para dentro da alma. Quando deixamos fluir o que somos em essência, o que já está perfeitamente pronto, dentro de nós. Precisamos apenas tirar os véus que o recobrem: a pressa, o egoísmo, a ansiedade, a irritação, a vaidade, a ambição… quantos véus inúteis para nossa felicidade.

Esse caminho de volta para nós mesmos é possível através da meditação, um dos únicos que realmente pode nos mostrar onde está a porta para essa estrada luminosa do amor, que nos levará à compreensão total desses seres divinos, que podem ser nossos filhos, filhos de amigos, nossos alunos, não importa. Todos somos responsáveis pela felicidade das crianças do planeta.

Por: Maeve Vida e Ligia Miragaia, autoras dos livros: Gandhi, o Herói da Paz; Francisco, o Herói da Simplicidade; O Caminho da Flor. Maeve é ainda autora de Não ao Consumismo, Sim ao Heroísmo; Papai e Mamãe Viraram Amigos. Todos esses títulos fazem parte do Programa Omnisciência de Educação para Paz, baseado na Ciência da Yoga.

Livros para educadores ou pais:
Onde Existe Luz: http://www.omnisciencia.com.br/onde-existe-luz.html
Paz Interior: http://www.omnisciencia.com.br/paz-interior.html
A arte de Brincar: http://www.omnisciencia.com.br/arte-de-brincar.html
Infância Vivenciada: http://www.omnisciencia.com.br/infancia-vivenciada.html
Arteterapia na Prática: http://www.omnisciencia.com.br/arteterapia-na-pratica.html


Fonte : Maeve Vida Blog Omnisciência

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Meditação : As 12 Noites Santas -Introdução e 1ª Noite


Meditação das Doze Noites Santas  Texto: Edna Andrade 

“O primeiro degrau da escada se assenta na esfera humana terrena e cada degrau nos leva gradualmente à esfera macrocósmica, à esfera divina.”

INTRODUÇÃO
É o assim denominado período que vai da noite de Natal (dia 25 de dezembro) até a noite anterior ao dia dos Reis (5 de janeiro), quando, segundo a antiga tradição cristã,  bençãos divinas se derramam sobre nós através dos portais das 12 constelações do Zodíaco, o cinturão de estrelas em volta do espaço sideral no qual existimos.
As 12 badaladas da meia noite do Natal anunciam a vigília que é um preparo espiritual, como se as Noites Santas fossem uma prévia dos 12 meses do ano que se inicia.
As virtudes recebidas das hierarquias espirituais nesta época, através da meditação, injetam suas forças no nosso desenvolvimento espiritual ao longo do novo ano.
Uma atenção especial deveria ser dada aos sonhos como mensageiros do espírito.
A tradição das 12 Noites Santas e o Zodíaco
Podemos associar esta tradição à sabedoria antiga do Oriente através do relato da Jornada dos Reis Magos do Evangelho de Mateus. 2.2 a 10 Na noite em que nasceu o Salvador, uma estrela se iluminou e este era o sinal há muito esperado pelos Iniciados do Oriente, que durante 12 noites seguintes seguiram o brilho da estrela que os precedia até alcançar a criança que havia sido  anunciada como o Messias.
O relato do Evangelho de Mateus nos remete para os mistérios espirituais da antiguidade, etapa do desenvolvimento da humanidade da época do assentamento na região do Mediterrâneo quando aqueles que eram iniciados desenvolviam a visão clarividente através da qual, o que hoje é considerado pela astronomia como corpos siderais, eram vistos por eles como a manifestação de seres espirituais em atividade constante e transmutação contínua.
A este antigo estado de consciência clarividente está associado o surgimento da astrologia, esta sabedoria baseada na analogia do movimento e posição dos astros com o destino humano. Ao fazermos a vigília das Noites Santas podemos retomar a jornada dos Reis Magos através da ligação interior com este sabedoria a respeito das 12 constelações do Zodíaco.
Quem são os seres que vamos encontrar na jornada das 12 Noites Santas?
Rudolf Steiner refere-se às hierarquias espirituais em muitas de suas palestras. Inicialmente ele lhes dedica um capítulo na Ciência Oculta (1905) descrevendo a atuação delas na evolução do universo e do ser humano.
As nove hierarquias espirituais podem ser contempladas  como esculturas no portão sul da Catedral de Chartres desde o século XIII. Chartres foi a mais importante catedral gótica da idade média e neste portão, chamado de Portão da Transubstanciação, as hierarquias formam uma escada ascendente que representa o ensino espiritual da Escola de Chartres. O aluno deveria, de degrau em degrau (gradualmente), adquirir consciência destes seres espirituais que representavam diferentes estados de consciência.
Neste aprendizado o pensamento era considerado um instrumento necessário para a percepção do espiritual desde que fosse casado com a vivência dos sentimentos e assim tornavam-se ambos, pensar e sentir, órgãos de compreensão e de participação no mundo espiritual.
Os nomes das hierarquias se originaram de um manuscrito de Dionísio, o Aeropagita que fundou a primeira escola esotérica cristã da antiguidade. Dionísio, um iniciado dos antigos centros de mistérios gregos,  renomeou os seres divinos que era chamados como os seres de Vênus, os seres de Mercúrio,etc.. a partir da revelação do Cristo feita a ele por Paulo de Damasco em Atenas.
O manuscrito sobreviveu ao longo de séculos até ir parar em Chartres e é intitulado: “Os Nomes divinos e a Teologia Mística”, descrevendo dramaticamente os nove níveis de seres divinos associados em grupos de três hierarquias que participaram da evolução da terra e do ser humano.
A primeira hieraquia inclui os Serafins, Querubins e Tronos que iniciaram a evolução estando tanto no seu início como no seu fim – no Alfa e no Omega, Eles atuam a partir do divino, da esfera macrocósmica que é denominada como a esfera do Pai, de Deus, de Alá, do amor divino, da doação cósmica. Eles são seres de um estado evolutivo anterior ao nosso, tão avançados em sua evolução que foram capazes de fazer fluir de si a sua própria substância dando nascimento ao atual estado do nosso sistema solar.
A segunda hierarquia é formada pelos Kyriotetes, Dynamis e os Exusiai.
Enquanto no processo de configuração do nosso Cosmos a primeira hierarquia atuou de fora, eles, de dentro do processo, acolheram os planos divinos transformando-os em sabedoria, dando-lhe movimento e  forma.
E por último a terceira hierarquia, os Arqueus, Arcanjos e Anjos próximos ao seu humano porque desenvolveram a sua essência nesta etapa evolutiva em que nós, Anthropos, nos encontramos e na qual estamos destinados a nos tornar co-criadores da evolução…
Primeira Hierarquia -  Serafins, Querubins e Tronos
Segunda Hierarquia – Kyriotetes, Dynamis e os Exusiai
Terceira Hierarquia – Arqueus, Arcanjos e Anjos
Já nos últimos anos de sua vida, em uma palestra intitulada a Palavra Cósmica e o Homem Individual (2/05/1923) ,  Rudolf Steiner chama a atenção para o fato de que o homem auto consciente deveria  re-aprender a vivenciar as hierarquias na sua vida interna como realidades.
Nesta palestra ele diz que estes seres espirituais vem ao nosso encontro quando nos preparamos para conhecê-los e falarão à nossa alma primeiramente como pensamentos e sentimentos, e só depois então o perceberemos como realidades.
Em um texto intitulado “O Zodíaco e as Hierarquias Espirituais”, Sergej Prokofieff, atualmente um dos dirigentes mundiais da Antroposofia, inspirado por diversas palestras de Rudolf Steiner,  descreve o ensino espiritual de Chartres  nesta tradição da vigília das 12 noites santas.
Ele delineia a escada de expansão da consciência que ajuda a dar nascimento, no último degrau, ao ser divino em cada um de nós.
O primeiro degrau da escada se assenta na esfera humana terrena e cada degrau nos leva gradualmente à esfera macrocósmica, à esfera divina.
Prokofieff faz uma analogia entre este caminho de transformação e o processo de desenvolvimento descrito por R. Steiner como o caminho de Jesus a Cristo.
Jesus nasce como a criança arquetípica destinada a se desenvolver como um ser humano de tal forma que possa acolher em si o Eu do Cosmo no Batismo do Jordão.
Este acontecimento místico  derramará sua influência por sobre toda a história humanidade como um grande arquétipo de desenvolvimento espiritual.

PRIMEIRA NOITE SANTA

Soam as 12 badaladas da meia noite anunciando o Natal. Vem a aurora, atravessamos o dia, cai a noite e uma luz se acende no céu irradiando um brilho que emana da Constelação de Peixes e ilumina a primeira vigília santa.
Estamos no primeiro degrau da escada que está assentada na esfera humana terrena na dimensão da existência do anthropos – o ser da liberdade.
A liberdade é uma das duas principais forças espirituais que nos foram destinadas conquistar ao longo da vida. A outra força será ao final da escada, o amor.
A sabedoria antiga nos conta que foram as forças espirituais de Peixes que configuraram os pés humanos. Quando observamos os pés verificamos que eles são formados em forma de uma abobada que vai propiciar simultaneamente com a verticalização da coluna o andar ereto, primeiro grande aprendizado da vida. Quando criança nos arrastamos, engatinhamos e finalmente nos erguemos e nos apoiamos-nos próprios pés superando as forças da gravidade significando isto uma grande conquista e a condição para o desenvolvimento do pensamento, sendo o pensar o que diferencia o Humano dos outros reinos da natureza.
Ao longo da vida seguidamente fazemos uma analogia íntima com este fato:
“andar nos meus próprios pés, saber por onde ando,”, seguir os meus próprios passos,” “não vou andar nos passos de ninguém” são expressões que expressam uma correta relação com a terra e com o destino em termos de liberdade pessoal.
Nesta primeira Noite Santa recebemos da constelação de Peixes os impulsos para se firmar nos próprios pés e se erguer, condições básicas para alcançar a liberdade individual, meta ao qual nos destinamos como seres individualizados.
PROPOSTA DE EXERCÍCIO/VIVÊNCIA DIA 25 DE DEZEMBRO:
Na madrugada ou ao amanhecer do dia 25 acenda uma vela e deixe o Silêncio e a Devoção permearem e penetrarem na sua Alma e a luz da vela iluminar o seu espaço interior, onde na vivência de seu próprio Eu, a verdadeira Luz Solar do Eu do Cristo se faça presente!
Nesta noite, através da região de Peixes, e da Constelação de Peixes, os sábios da humanidade derramam suas bênçãos de sabedoria sobre voce. Eles formam um círculo protetor em sua volta emanando a força que voce precisa para se firmar nos próprios pés e tomar o seu destino nas próprias mãos.
Abra os braços e as pernas, formando uma Estrela de 5 Pontas com o seu corpo e diga:
Com firmeza eu ocupo o meu lugar no mundo
Com firmeza eu caminho pelo mundo
Com Amor no íntimo do meu Ser
Com Esperança em tudo o que eu faço
Com Confiança no meu pensar
Forças jorram no meu Coração!

Nas noites seguintes repita este passo. Aqueles que se sentem críticos e frágeis lembrem-se do estábulo de Belém onde em meio às condições mais adversas, de frio e penúria, nasceu a Criança Divina.

Nicolau - Uma História de Advento


História de São Nicolau
Era uma vez um menino muito bom, que gostava muito de crianças. Com todo o carinho, dedicava-se a eles ensinando-lhes histórias.
E todas as crianças podiam ir à sua casa uma vez por semana para ouvir essas histórias. A casa ficava sempre cheia. Nicolau – era esse o nome do bom menino – tinha uma grande casa, cuidada por um velho servo que tinha como especialidade fazer biscoitos muito gostosos.
No dia da semana em que as crianças vinham para a casa de Nicolau para cantar, fazer música e ouvir histórias, o velho servo preparava muitas fornadas de gostosos biscoitos. E, na época em que as macieiras estavam carregadinhas de maçãs, ia ele também colher um cesto cheio delas. Ao final da tarde, quando as crianças terminavam suas atividades e se despediam, passavam pela cozinha e lá havia sempre biscoitos ou maçãs ou mesmo nozes para elas.
Um dia, certa menina, muito pobrezinha, que vinha sempre às reuniões não compareceu, por estar doente.
Depois que todos se despediram, Nicolau preparou um saquinho com um pouco de cada guloseima e maçãs. Como se a menina morasse muito distante, Nicolau montou seu cavalo para ir mais depressa até lá. Mesmo assim, quando chegou, já estavam todos dormindo. As portas e janelas estavam fechadas. Mas, diante da porta dos fundos, Nicolau viu os sapatos da menina e ali colocou seu presente.
Anos se passaram, as crianças cresceram, casaram, tiveram filhos e os seus filhos também iam à casa de Nicolau aprender versos e canções e ouvir histórias. Mas, Nicolau foi ficando velhinho, muito velhinho. Adoeceu e não pôde mais deixar o leito. Então, as crianças iam todos os dias para lhe cantar canções, para que ele não se sentisse sozinho e triste.
Chegou o dia em que Deus chamou Nicolau e ele morreu. Quando, porém, chegou ao Céu, olhando para baixo e vendo todas aquelas crianças que choravam inconsoláveis, Nicolau pediu para voltar à Terra. Deus lhe disse que isto não era possível.
Mas, por ter sido um homem muito bom, Deus deu a Nicolau a possibilidade de, uma vez por ano, no dia 6 de dezembro, visitar a Terra e a todas as crianças. As crianças boazinhas, é claro! Nesta sua visita são muito poucas as pessoas que o vêem . Por quê? Porque é preciso ter um sentimento muito especial no coração para poder ver alguém como Nicolau.
E quando vem a Terra, vem para alegrar as crianças. Traz para elas maçãs, nozes e biscoitos, e os coloca em seus sapatinhos ou diante de suas portas. E as crianças, o que fazem? Cantam canções e recitam versos. Mas, não esqueçam que Nicolau, durante o ano todinho, olha para Terra e vê cada uma das crianças e tudo o que faz. Ele anota em seu grande livro de ouro as coisas boas e belas e as coisas feias também.
São Nicolau vem visitar a casa das crianças na noite do dia 5 para o dia 6 de dezembro.
Coloca-se um sapatinho ou uma meia na janela ou embaixo do pinheiro, forrá-lo com papel para São Nicolau poder deixar suas dádivas: nozes, castanhas ou avelãs, uma maçã e pão de mel. Para o cavalo branco de São Nicolau colocar uma cenoura e matinho. Não esquecer que o cavalinho come tudinho!